Durante a nossa aula inaugural, discutimos sobre os diversos preconceitos existentes no estudo da História. Preconceitos estes que existem pelo fato de o historiador ser "fruto de seu tempo e de seu espaço". Um desses preconceitos diz respeito à divisão didática da História (Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea) e à sua ideia de pré-história, criada no século XIX para definir o período entre o surgimento da humanidade e o desenvolvimento da escrita.
O conceito de Pré-História determina questões anteriores ao surgimento do homem na Terra. A idéia de Pré-História fundou-se em uma perspectiva onde alguns historiadores pensavam ser impossível estudar o passado de sociedades que não dominavam a escrita. Dessa maneira, tais estudos pré-históricos compreendiam esse recorte de espaço-temporal como o momento em que as sociedades deveriam desenvolver-se até alcançarem formas específicas de organização.Durante um longo período este conceito foi aceito e reproduzido por professores/ intelectuais, sem, no entanto, perceber o grande problema que gira em torno dele.
Ao afirmar que a humanidade só viveu/criou história a partir do surgimento da escrita, nega-se a importância do passado de diversas sociedades que utilizavam/utilizam outras formas de comunicação, como a arte, a dança, a música, as tradições, a oralidade... O passado pode ser e foi preservado de várias outras maneiras e em vários outros suportes, não apenas em forma de documentos escritos.
A história de africanos e de sociedades ameríndias era transmitida oralmente. Era pacientemente passada de boca a ouvido, de mestre a discípulo ao longo do tempo. De modo geral, a importância maior da fala sobre a escrita está presente hoje na cultura de muitos povos, nos vários cantos do planeta. Esta riqueza histórica deve ser valorizada, reconhecida e difundida. Quem sabe assim conseguiremos romper com os diversos preconceitos que cerceiam o estudo da História.
Professora Thaís Rocha
CEM 02
Vespertino